
“Concordo com Meyerhold”, diz o inglês Edward Gordon Craig, com a inscrição Diretor e cenógrafo (1872-1967) na camisa preta que veste. “A emoção destrói o ator, a identificação gera confusão e erro. Proponho o ator como uma super-marionete, que através do movimento domina a emoção, tornando-se mais visual e menos sonoro, pois acredito ser a voz muito enfadonha.” E, olhando para o homem primitivo, diz-lhe sorrindo: “Uma marionete, símbolo da divindade.”
“Acho que o ator não deve se apoiar no transe hipnótico do naturalismo psicológico; o ator deve direcionar-se pelo que é cerebral e litúrgico. O público não deve ser envolvido emocionalmente”, argumenta o alemão Bertolt Brecht, com a inscrição Dramaturgo, poeta e encenador (1898-1956), também vestido de preto.
“Sim, com certeza! A plateia não deve ser envolvida emocionalmente!”, exclamam, com certa ansiedade, os Srs. Meyerhold e Gordon Craig.
“Continuando: proponho uma representação mais consciente do ator através do gestus, levando o público a entender a situação cênica de modo mais racional.”
“Como?”, perguntam os três senhores, Stanislavski, Meyerhold e Gordon Craig.
“Na encenação teatral, deverá ocorrer uma demonstração dos acontecimentos através do ator narrando e relatando os fatos, entre uma linguagem falada e cantada. Já a leitura cênica do personagem e da história deverá ser realizada com espanto e crítica pelo ator, antes de memorizar a história, podendo avaliar o desenrolar dos fatos.”
“Posso continuar?”, pergunta Brecht. Todos à mesa, os doze cavalheiros mais o homem primitivo, respondem que sim.
“O ator deve desenvolver uma interpretação expositiva, lúcida e didática, relatando ideias e opções de comportamento mais do que sentimentos. Um efeito de distanciamento, a partir do ator que deverá estudar seu personagem de forma mais científica, gerando no público um estranhamento para que o acompanhe, sem envolvimento emocional, mas de forma crítica: social e artística. O distanciamento no público só poderá ocorrer através do distanciamento responsável do ator por meio da observação de si próprio e reprodução de atitudes cênicas recorrendo a símbolos. Um ator com função de agente de transformação social e histórica.”
Olá Cilla, realmente gosto da sua página, quanto à minha foi concebida como mero espaço de compartilhamento de textos para com alguns colegas, sem muitas ambições aparte. Na verdade tenho muitos problemas em publicar coisas de minha lavra. Mas agradeça a Cristina do blog "Pó" ela é minha amiga e através dela conheci o seu trabalho. Com um pouco de sorte talvez você me adicione no msn pra gente conversar um pouco. Mais uma vez parabéns.
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