
... Amassando com as patinhas um pequeníssimo pedaço da folha de uma planta, a taturana que
falava menos ofereceu-o a Sofia. Tome, esta é uma pílula do conhecimento.
falava menos ofereceu-o a Sofia. Tome, esta é uma pílula do conhecimento.
Não liga não, ela é viciada no filme Matrix; comentou a taturana das sobrancelhas grossas.
O quê?
Depois explico. Agora o momento é do teatro.
As taturanas entreolhavam-se. E aí, vamos levá-la à Grécia Antiga?
Não, acho que não é necessário. Vamos levá-la a um lugar mais próximo... à mente da filha
de seus donos, que anda brincando com o fazer teatral; definiu a taturana das sobrancelhas.
Ah, a Cilla? Anda sumida. Será que morreu? Vocês vão comigo? perguntou Sofia.
Sofia, se nós vamos te levar para dentro da memória e dos questionamentos de Priscilla, é
porque ela está viva.
Será que vamos com Sofia? riam-se as taturanas.
Ah, vamos!! … E as três tomaram a um só tempo uma pílula cada uma.
Através de uma espécie de grande cubo mágico, Sofia e as duas taturanas viajaram até o
consciente e subconsciente de Priscilla.
“Na imitação posso ser o outro; quando eu tinha 16 anos adorava mudar de aparência, às
vezes eu usava um cabelo bem curtinho, às vezes longo, boina e botas, outras vezes vestidos:
aparência tímida, bermudas e camiseta: confiante. Uma trilha sonora embalava cada personagem que eu criava para mim mesma. É no jogo e na imitação do outro que posso revelar-me. O homem primitivo já imitava os animais que iria caçar para o melhor desempenho da caçada. No brincar com deuses e fenômenos naturais, traduz-se a transcendência humana.”
Nossa, onde estamos? indagava Sofia.
Na mente da filha da sua dona, respondeu uma das taturanas.
Ah... Eu não preciso imitar nenhum rato para caçá-lo, só preciso observar, ficar atenta e
esperar o momento certo para dar o bote; vangloriava-se Sofia.
O princípio da imitação é a observação; disse a taturana das sobrancelhas.