
Durante muito tempo, Larama acreditou que tivera uma violentíssima depressão aos 15 anos de idade. Apenas na maturidade, ao fazer teatro, analisou toda a sua experiência como um grande exercício cênico.
As peças do mosaico de Larama eram: coturnos; olhos e boca maquiados de preto; cabelos curtos; saia ou bermuda escuros; blusas de manga comprida sob camisetas estampadas com o rosto de Raul Seixas; ou o uniforme do colégio transmutado mais ou menos desse jeito.
A sua plasticidade era uma mistura de heavy metal e rock liquidificados com uma personagem de Tim Burton.
As peças do mosaico de Larama eram: coturnos; olhos e boca maquiados de preto; cabelos curtos; saia ou bermuda escuros; blusas de manga comprida sob camisetas estampadas com o rosto de Raul Seixas; ou o uniforme do colégio transmutado mais ou menos desse jeito.
A sua plasticidade era uma mistura de heavy metal e rock liquidificados com uma personagem de Tim Burton.
Quando, por algum motivo, Larama desejava mostrar-se agressiva, comprava um maço de cigarros Plaza, o qual segurava na mão como ornamento, sem nunca fumá-lo, e em seguida colocava em um dos dedos um anel de caveira, que sempre retirava para escrever.
Escrevia como respirava, expressando idéias em folhas de caderno, na bermuda rasgada, nas paredes do quarto;...
Seu esporte favorito era o exercício dos sentimentos. Nunca agrediu alguém na prática e o Amor, praticava-o platonicamente, interessando-se mais pelo sentimento do que pela correspondência do objeto amado.
Vivendo em um mundo particular, elegeu nesta época três musos inspiradores: 1. O moço que usava óculos e que trabalhava no shopping da cidade; 2. Um colega de classe e 3. Um ator de cinema que interpretara Chopin. O primeiro rendeu-lhe muitas poesias; o segundo, ao iniciar um namoro com uma outra colega de classe, proporcionou-lhe uma febre de 40 graus durante uma semana. E o ator? O ator foi personagem de muitos de seus sonhos pessoais.
Diante de tal quadro clínico, a família de Larama, em polvorosa, decidiu que era a hora da adolescente procurar um psicólogo; em seguida, a psicólog(a) definiu que era o momento de Larama, filha única, ter um bichinho de estimação, contrariando a mãe da garota que sentia arrepios ao ouvir as palavras: cachorrinho e gatinho.
Foto: Winona Ryder, filme Beetlejuice (Os Fantasmas se Divertem)
O primeiro encontro entre Larama e Raulzito (EM BREVE!!!)
Eu conheci Larama. Não sei se de trás pra frente, de frente para trás, de todo jeito ou de modo algum. Mas que eu conheci, eu conheci.
ResponderExcluirSaudade de tudo um pouco. De Larama e das experiências de sentir tudo mais bonito e mais fundo. Do café passado no coador de pano que dava sabor à poesia de ser. Do poema recitado às lágrimas. Dos desencontros que tornavam os encontros sempre mais bonitos.
Do viver tão profundo que tudo o que se queria ao nascer do dia era o mau-humor matinal ou o abraço apertado - a ordem dos fatores não altera a beleza do produto.
Larama comeu Raul, bebeu Legião, sugou palavras e conheceu outras paragens - ou quase todas? Mas Larama sabia que a fonte, a gênese e o embrião sempre estiveram lá. E então cresceu, amadureceu. E tornou-se a soma, o todo, o eterno, mas nunca imutável.
E descobriu que o que importa mesmo é a busca. A eterna busca do mais-que-perfeito.
In Larama we trust.
Fabiana Lopes