segunda-feira, 18 de abril de 2011

Flor delicada, cheirosa e simples plantada em uma calçada - Alecrim

Alecrim quer assaltar um pedágio. Tem desejo imenso de liberdade, quer voar, mas não possui asas. É um ser humano limitado. Ontem da janela de sua toca, olhava uma cortina balançando com o vento, era do apartamento de cima. Olhou no prédio ao lado e viu a sombra da cortina que dançava. Mundo das idéias, mundo sensível.

Andando pelo hospital... Tudo e nada afeta ela. Contenção e explosão.

Não vi um menino correndo. A poesia não era clara. Vi um bebê chorando sem voz e uma adolescente xamã.

Mas vi um simpático senhor, dizendo-se feio por ser "velho". Ele é lindo e não sabe.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

"O Mundo é um moinho", ouvia profeticamente a menina de 16 anos

Eu animal selvagem, me pede que confie.
Quando eu animal ingênuo finalmente confia. Você fecha a porta da casa.
O animal de olhos grandes e aguados olha a porta.
Um gato sumiria pelo mundo. Um cachorro, no caso vira-latas, também vai embora.

E eu, o que faço?


Como dizia Cartola: "O Mundo é um Moinho".

sábado, 26 de março de 2011

A poética

O verso passa rápido. A consciência da própria morte. Sonhei, suei e não gostei do sonho. Sensação de pecado. Se é que pecado existe. Deixo-me levar pelas águas do rio, talvez estejam bravas ou calmas, não sei.

Uma certa preocupação. Natural.

Manter-se serena e fria para não afogar-se. Ou melhor, saborear as águas calmas e bravas do rio.

sábado, 19 de março de 2011

Eu quero dançar uma dança pessoal

Sendo sensível e não bonita ou inteligente. Mas talvez torno-me bonita por ser sensível.
Atualmente, sinto necessidade de dançar e de escrever para purgar meus sentimentos e criar sobre eles.
A imagem da bailarina acompanha-me como uma Grande Mãe. Sou água. Mostro-me ar e às vezes surpreendo-me fogo. A terra é um estado em que não gosto de estar.
Gosto de escrever como respiro, sem ordem, sem gramática.
Há quinze dias eu quis voar, e andando de bicicleta o vento batia no meu rosto e isso me dava a sensação de tempo presente. A borboleta azul, o tempo dirá.

Estudo sobre a Experiência

"A paixão tem uma relação intrínseca com a morte, ela se desenvolve no horizonte da morte, mas de uma morte que é querida e desejada como verdadeira vida, como a única coisa que vale a pena viver, e às vezes como condição de possibilidade de todo renascimento."

(Notas sobre a experiência e o saber de experiência - Jorge Larrosa Bondia - Tradução de João Wanderley Geraldi, Unicamp/ pág. 26)

A navegadora - Uma lagarta

Desde que você chegou. Na minha casa faz-se festa e está tudo em desordem. Meu antigo amor já não pode visitar-me. Entregou-me as chaves e deixou os móveis. Encontro-me em luto e em expectativa. Meu estado é meio-fio. As lágrimas chegam até os olhos e estes marejados retém a água da perda e do processo.

Eu devo agradecer-lhe já que despertaste em mim o Feminino. Encontro-me como Morgana de “As Brumas de Avalon” navegando ao encontro de mim mesma. Viver ou morrer assumem a mesma importância. O nada. Já não me importa. Estou em transformação.